segunda-feira, 9 de abril de 2012

Mais uma de amor

Se não for agora, não vai mais. Falo desse texto, óbvio, pois no amor sou uma cadela velha: sempre disposta a conceder afagos em troca de migalhas. Mas não é sobre isso que vim falar hoje! As frases do dia vão abraçar o artigo "como é que se diz eu te amo", publicado na revista Fora de Pauta há alguns semestres (o último parágrafo dela tem o mesmo destinatário). Não, também não vim recordar o meio acadêmico. O assunto é outro. Hoje é quase um esconde-esconde. Ou melhor, um acha-acha. Ou um aceita-aceita. Pra começar, preciso achar um nome fictício para o protagonista dessa postagem. Meio tímida, sabe? João! (eu sou muito original, eu sei, obrigada) Enfim, o que João precisa saber é que tudo que mais desprezo no universo sentimental aflora em mim quando o vejo. Olha, João, eu não sou apaixonada por você nem te amo não. Mas tem algo nesse teu olho castanho maldito que me faz bambear as perninhas. Isso mesmo. É coisa de pele, sabe Joãozinho? Veja só, o diminutivo até que cai bem. Onde eu estava mesmo? Ah, sim. A pele. Eu chego perto dessas suas mãos tão bem cuidadinhas e sinto coisas que me fervem por dentro. Durante um bom tempo eu nem percebi isso, acredita? Nem trinta, como dizem. Achava que era só o álcool, o sol, o açúcar, o vento. Dai eu fiquei meses longe desse teu sorriso sacana e me dei por conta de uma coisa: na hora de chegar aos finalmentes com um outro cara ai, apesar dos nossos sexos sempre terem sido meio idiotas, eu materializava a tua figura na imaginação. Ah, quem não tem um fetiche, não é? Mas a coisa começou a ficar complicada. Era sempre. Com o dito-cujo, em casa, sozinha, em sonho. Ah, quem nunca, né? Passou. Bem, não é esse o tema. Sem muitos rodeios, cheguei a uma conclusão: eu queria era trepar a todo custo sobre esse seu corpo e arrancar o que desse e viesse. E a gente fez isso de novo. E foi bom. Muito melhor do que todas as outras vezes. Mas algo mudou. Comecei a perceber que tudo isso que sempre classifiquei como necessidade fisiológica talvez não fosse bem isso. Mas então o que demônios se passa? Por que esse brilho no meu olho quando te vejo? Por que isso não mudou se até amar eu acho amei nesse tempo? Que coisa é essa que me faz tão feliz só de saber que você está por ali? Por que eu gosto tanto de alguém que eu quase nem conheço? Uma paz que vem do nada, um deleite sem culpa, uma voz que diz que é bom. Eu não sei o que é isso, mas eu gosto demais quando acontece. E eu precisava exteriorizar isso. Pra variar, nessa página fantasma, que ninguém lê mesmo.



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